Suicídio é um sinal de alarme. Revela a atuação de fenômenos psicossociais complexos em pessoas que vivem sob tensão e que expressam de modo agudo o seu padecimento.
Comportamento Suicida = Ato pelo qual o indivíduo se agride, independentemente do quão letal deseja que seja ou que haja um reconhecimento de sua atitude. É um ato deliberado de auto-agressão realizado na expectativa de ser fatal (OMS). Por sua vez é um ato não fatal, com frequência no intuito de mobilizar ajuda (“chamar a atenção”) (OMS). Não é um ato aleatório sem finalidade. Trata-se de um intenso sofrimento, associado a um conjunto de sintomas que na maioria dos casos configura um TRANSTORNO MENTAL TRATÁVEL.
Diagnóstico
Seu médico pode fazer um exame físico, testes e questionamentos aprofundados sobre sua saúde mental e física para ajudar a determinar o que pode estar causando seu pensamento suicida e determinar o melhor tratamento.
As avaliações podem incluir:
Condições de saúde mental. Na maioria dos casos, os pensamentos suicidas estão ligados a um problema de saúde mental subjacente que pode ser tratado. Se for esse o caso, você pode precisar consultar um médico especializado no diagnóstico e tratamento de doenças mentais (psiquiatra) ou outro profissional de saúde mental.
Condições de saúde física. Em alguns casos, o pensamento suicida pode estar ligado a um problema de saúde física latente. Você pode precisar de exames de sangue e outros exames para determinar se este é o caso.
Uso indevido de álcool e drogas. Para muitas pessoas, o álcool ou as drogas desempenham um papel no pensamento suicida e no suicídio consumado. Seu médico vai querer saber se você tem problemas com o uso de álcool ou drogas – como compulsão alimentar ou ser incapaz de reduzir ou parar de usar álcool ou drogas por conta própria. Muitas pessoas que se sentem suicidas precisam de tratamento para ajudá-las a parar de usar álcool ou drogas, para reduzir seus sentimentos suicidas.
Medicamentos. Em algumas pessoas, certos medicamentos prescritos ou sem receita podem causar sentimentos suicidas. Informe o seu médico sobre quaisquer medicamentos que você toma para ver se eles podem estar relacionados ao seu pensamento suicida.
Crianças e adolescentes
As crianças que se sentem suicidas geralmente precisam consultar um psiquiatra ou psicólogo com experiência em diagnosticar e tratar crianças com problemas de saúde mental. Além da discussão com o paciente, o médico deseja obter uma imagem precisa do que está acontecendo a partir de uma variedade de fontes, como os pais ou responsáveis, outras pessoas próximas à criança ou adolescente, relatórios escolares e avaliações médicas ou psiquiátricas anteriores.
Fatores de proteção de novas tentativas de suicídio
1 Suporte familiar, de amigos ou outros relacionamentos significativos;
2 Religiosidade, cultura e crenças étnicas;
3 Envolvimento comunitário;
4 Vida social satisfatória;
5 Integração social;
6 Acesso a tratamento especializado!
Fatores de risco de novas tentativas de suicídio
1 Doenças mentais crônicas (esquizofrenia, depressão maior, transtornos de personalidade, dependência química, entre outras);
2 Perda de emprego;
3 Estresse social;
4 Problemas no funcionamento familiar, sistemas de suporte; 5 Traumas físicos e abuso sexual;
6 Perdas pessoais;
7 Sentimentos de desesperança e baixa autoestima;
8 Problemas na orientação sexual;
9 Julgamento comprometido, falta do controle de impulsos, comportamento autodestrutivo;
10 Falta de habilidade em lidar com problemas;
11 Doença física e dor crônica;
O comportamento suicida é uma das situações mais frequentes em emergências psiquiátricas e uma das situações de maior dificuldade que demandam a intervenção médica especializada, pois permite o reconhecimento de um possível risco e proteção e intervenção adequada ao paciente.
Tratamento Suicídio
O tratamento de pensamentos e comportamentos suicidas depende da sua situação específica, incluindo seu nível de risco de suicídio e quais problemas subjacentes podem estar causando seus pensamentos ou comportamento suicida.
Emergências Suicídio
Se você tentou suicídio e está ferido:
Ligue para o 911 ou seu número de emergência local.
Peça a outra pessoa para ligar se você não estiver sozinho.
Se você não está ferido, mas corre o risco imediato de se machucar:
Ligue para o 188 ou seu número de emergência local.
Ligue para um número de linha direta de suicídio –
Centro de Valorização da Vida para falar com um conselheiro treinado.
Disponível 24 horas por telefone e no seguinte horário por chat: Dom – 17h à 01h, Seg a Qui – 09h à 01h, Sex – 15h às 23h, Sáb – 16h à 01h.
Saiba mais
Na sala de emergência, você será tratado para quaisquer ferimentos. O médico fará perguntas e poderá examiná-lo, procurando sinais recentes ou anteriores de tentativa de suicídio. Dependendo do seu estado de espírito, você pode precisar de medicamentos para acalmá-lo ou para aliviar os sintomas de uma doença mental latente, como depressão.
Seu médico pode querer que você fique no hospital o tempo suficiente para se certificar de que todos os tratamentos estão funcionando, que você estará seguro quando sair e que receberá o tratamento de acompanhamento de que precisa.
Situações de não emergência
Se você tem pensamentos suicidas, mas não está em uma situação de crise, pode ser necessário tratamento ambulatorial. Este tratamento pode incluir:
Psicoterapia. Na psicoterapia, também chamada de aconselhamento psicológico ou psicoterapia, você explora as questões que o fazem sentir-se suicida e aprende habilidades para ajudar a controlar as emoções de maneira mais eficaz. Você e seu terapeuta podem trabalhar juntos para desenvolver um plano de tratamento e metas.
Medicamentos. Antidepressivos, medicamentos antipsicóticos, ansiolíticos e outros medicamentos para doenças mentais podem ajudar a reduzir os sintomas, o que pode ajudá-lo a se sentir menos suicida.
Tratamento anti-dependência. O tratamento para o vício de drogas ou álcool pode incluir desintoxicação, programas de tratamento de vícios e reuniões de grupo de autoajuda.
Apoio familiar e educação. Seus entes queridos podem ser uma fonte de apoio e conflito. Envolvê-los no tratamento pode ajudá-los a entender o que você está passando, dar-lhes melhores habilidades de enfrentamento e melhorar a comunicação e os relacionamentos familiares.
Ajudando um ente querido
Se você tem um ente querido que tentou o suicídio, ou se acha que ele pode estar em perigo de fazê-lo, peça ajuda de emergência. Não deixe a pessoa sozinha.
Se você tem um ente querido que acha que está pensando em suicídio, tenha uma discussão aberta e honesta sobre suas preocupações. Você pode não conseguir forçar alguém a procurar atendimento profissional, mas pode oferecer incentivo e apoio. Você também pode ajudar seu ente querido a encontrar um médico ou profissional de saúde mental qualificado e a marcar uma consulta. Você pode até se oferecer para ir junto.
Apoiar uma pessoa amada que é cronicamente suicida pode ser estressante e exaustivo. Você pode ter medo e se sentir culpado e desamparado. Aproveite os recursos sobre suicídio e prevenção do suicídio para ter informações e ferramentas para agir quando necessário. Além disso, cuide de si mesmo obtendo o apoio de familiares, amigos, organizações e profissionais.
Plano de Internação Psiquiátrica
A internação psiquiátrica pode ser considerada em diversas situações, entre as quais: obtenção de uma anamnese mais acurada; determinação do risco de suicídio num período mais longo de observação; auxílio ao paciente para que ele restabeleça a confiança em suas relações interpessoais; a necessidade de tratar o ato suicida com a devida seriedade, resgatando o paciente de uma situação estressante e provocando a conscientização dos familiares; reavaliação do tratamento psiquiátrico que vinha sendo administrado. Quando houver risco iminente de suicídio, recomenda-se a internação psiquiátrica, ainda que involuntária. Nesse caso, os familiares e a autoridade judicial competente devem ser comunicados.
Estilo de vida e remédios caseiros
Não há substituto para a ajuda profissional quando se trata de tratar o pensamento suicida e prevenir o suicídio. No entanto, existem algumas coisas que podem reduzir o risco de suicídio:
Evite drogas e álcool. O álcool e as drogas recreativas podem piorar os pensamentos suicidas. Eles também podem fazer você se sentir menos inibido, o que significa que você tem mais probabilidade de agir de acordo com seus pensamentos.
Forme uma forte rede de apoio. Isso pode incluir família, amigos ou membros de sua igreja, sinagoga ou outro local de culto. A prática religiosa demonstrou ajudar a reduzir o risco de suicídio.
Fique ativo. Demonstrou-se que a atividade física e os exercícios reduzem os sintomas de depressão. Considere caminhar, correr, nadar, fazer jardinagem ou praticar outra forma de atividade física de que goste.
Enfrentamento e suporte
Não tente controlar pensamentos ou comportamentos suicidas por conta própria. Você precisa de ajuda e apoio profissional para superar os problemas relacionados ao pensamento suicida. Além do que, além do mais:
Vá para seus compromissos. Não pule as sessões de terapia ou as consultas médicas, mesmo que não queira ou sinta que não precisa.
Tome os medicamentos conforme as instruções. Mesmo se você estiver se sentindo bem, não deixe de tomar seus medicamentos. Se você parar, seus sentimentos suicidas podem voltar. Você também pode experimentar sintomas semelhantes aos de abstinência ao interromper abruptamente um antidepressivo ou outro medicamento.
Aprenda sobre sua condição. Aprender sobre sua condição pode capacitá-lo e motivá-lo a seguir seu plano de tratamento. Se você tem depressão, por exemplo, aprenda sobre suas causas e tratamentos.
Preste atenção aos sinais de alerta. Trabalhe com seu médico ou terapeuta para saber o que pode desencadear seus sentimentos suicidas. Aprenda a identificar os sinais de perigo com antecedência e decida quais medidas tomar com antecedência. Contacte o seu médico ou terapeuta se notar quaisquer alterações em como se sente. Considere envolver familiares ou amigos na vigilância de sinais de alerta.
Faça um plano para saber o que fazer se os pensamentos suicidas retornarem. Você pode fazer um acordo por escrito com um profissional de saúde mental ou um ente querido para ajudá-lo a antecipar as medidas certas a serem tomadas quando você não tiver o melhor julgamento. Declarar claramente sua intenção suicida com seu terapeuta torna possível antecipá-la e abordá-la.
Elimine meios potenciais de se matar. Se você acha que pode ter pensamentos suicidas, livre-se imediatamente de quaisquer meios potenciais de se suicidar, como armas de fogo, facas ou medicamentos perigosos. Se você toma medicamentos com potencial para overdose, peça a um parente ou amigo que lhe dê os medicamentos prescritos.
Procure ajuda de um grupo de apoio. Várias organizações estão disponíveis para ajudá-lo a lidar com o pensamento suicida e reconhecer que há muitas opções em sua vida além do suicídio.
Preparando-se para seu compromisso
Quando liga para o seu médico de cuidados primários para marcar uma consulta, pode ser imediatamente encaminhado para um psiquiatra. Se você estiver em risco de se matar, seu médico pode solicitar ajuda de emergência no hospital.
O que você pode fazer
Siga estas etapas antes do seu compromisso:
Faça uma lista das principais informações pessoais, incluindo qualquer grande estresse ou mudanças recentes na vida.
Faça uma lista de todos os medicamentos, vitaminas e outros suplementos que você está tomando e as doses. Seja honesto com seu médico sobre o uso de álcool e drogas.
Se possível, convide um membro da família ou amigo para a consulta – alguém que o acompanha pode se lembrar de algo que você perdeu ou esqueceu.
Faça uma lista de perguntas para fazer ao seu médico.
Algumas perguntas básicas para fazer ao seu médico incluem:
Meus pensamentos suicidas podem estar ligados a um problema de saúde mental ou física subjacente?
Vou precisar de testes para possíveis condições subjacentes?
Eu preciso de algum tipo de tratamento imediato? O que isso envolverá?
Quais são as alternativas para a abordagem que você está sugerindo?
Eu tenho esses outros problemas de saúde física ou mental. Como posso gerenciá-los melhor juntos?
Há algo que eu possa fazer para ficar seguro e me sentir melhor?
Devo consultar um psiquiatra?
Existe uma alternativa genérica para o medicamento que você está prescrevendo?
Existe algum folheto ou outro material impresso que eu possa ter? Quais sites você recomenda?
Não hesite em fazer perguntas adicionais.
O que esperar do seu médico
É provável que seu médico lhe faça uma série de perguntas, como:
Quando você começou a ter pensamentos suicidas?
Seus pensamentos suicidas são contínuos ou ocasionais?
Você já tentou tirar sua própria vida?
Você tem um plano para se matar?
Se você tem um plano, ele envolve um método, local ou hora específicos?
Você fez alguma preparação, como juntar pílulas ou escrever notas de suicídio?
Você sente que pode controlar seus impulsos quando tem vontade de matar ou se machucar?
Você tem amigos ou familiares com quem pode conversar ou pedir ajuda?
Você bebe álcool e, em caso afirmativo, quanto e com que freqüência?
Quais medicamentos você toma?
Você usa drogas recreativas?
O que ajuda você a lidar com seus pensamentos suicidas?
O que, se houver alguma coisa, parece piorar seus pensamentos suicidas?
Quais são seus sentimentos sobre o futuro? Você tem esperança de que as coisas vão melhorar?
Preparar e antecipar perguntas o ajudará a aproveitar ao máximo seu tempo com o médico.
O que você pode fazer enquanto isso
Se você marcou uma consulta e não pode ver o seu médico imediatamente, certifique-se de ficar seguro. Entre em contato com parentes, amigos ou outras pessoas de sua confiança para ajudá-lo. Se você acha que está em perigo de se machucar ou tentar suicídio, ligue para o 188 ou obtenha ajuda de emergência imediatamente.