Durante as datas comemorativas, aumentam os riscos à saúde em decorrência do abuso no consumo de álcool. Se nesses períodos já são altos os índices de acidentes e violências agravados pela ingestão de bebidas alcoólicas, durante o carnaval, principalmente, tais dados tornam-se gritantes, em especial pelas características socioculturais desse feriado para os brasileiros.

Os trechos que apresentamos a seguir enfatizam aspectos dessa controversa mistura de álcool e excesso, essenciais para sua compreensão, sobretudo neste período, bem como sua relação com as diversas sociedades que têm o consumo do álcool como hábito de base cultural.

Em muitos países em desenvolvimento, o consumo de álcool cresce a cada dia. A maioria desses países não tem experiência em lidar com esse tipo de problema. Por exemplo, eles não têm a tradição de formar grupos de auto-ajuda para alcoolistas.

O sistema de saúde em muitos países é deficitário. As pessoas geralmente viajam muito, por estradas esburacadas, em veículos lotados, com sede e calor. O consumo de álcool nessas condições é ainda mais alarmante que nos países desenvolvidos.

Os países desenvolvidos geralmente possuem experiências com problemas decorrentes do álcool para basear suas políticas. A prevenção de problemas relacionados ao álcool nos países desenvolvidos baseia-se em um grande número de políticas de eficácia conhecida, inclusive tentativas de redução de demanda pelo aumento sutil de impostos, redução de oferta pela limitação de densidade de bares, de horas de expediente e condições de trabalho de lugares que vendem álcool.

Outras tentativas foram notadas também, tais como diminuição da venda de álcool a pessoas embriagadas em locais com alvará, implementação de uma série de intervenções eficientes na redução de mortos e feridos em acidentes de trânsito causados por álcool e auxílio às pessoas que consomem álcool em níveis arriscados para que reduzam ou eliminem seu consumo.

A implementação de muitas dessas medidas é muito mais difícil em países com poucos recursos, onde as populações tendem a viver em zonas rurais. Nesses lugares, o álcool pode ser fácil e rapidamente fermentado a partir de frutas ou vegetais disponíveis em climas geralmente mais quentes.

Aceitando que a embriaguez sempre estará presente, há algum tempo os pesquisadores levantaram o assunto de “deixar o mundo seguro para quem bebe”. Foi nessa época que surgiu a utilização compulsória dos cintos de segurança, para garantir que, mesmo implementados os esforços para diminuir a incidência da mistura bebida-direção, eventuais motoristas embriagados e seus passageiros.

O álcool é responsável por muitos danos nas esferas sociais e individuais. Depois do tabaco, o álcool é a segunda maior causa de mortes relacionadas a drogas. Na maioria dos países, o álcool tem um impacto ainda maior em termos de mortes, ferimentos e custos econômicos se comparado com as drogas ilícitas. O álcool tem impactos em qualquer estágio de doença, em todos os grupos etários, de maneira direta e indireta.

Toda política abrangente e significativa de saúde pública deve ter como prioridade maior a mudança das quantidades de álcool consumidas, dos padrões de consumo e dos danos subseqüentes.

Os danos e problemas do consumo de álcool a curto prazo são geralmente acidentes de carro traumáticos, violências e agressões, atividade sexual não planejada ou não desejada, conflitos com a lei, com a família ou com o patrão, entre outros. Mortes acidentais, como o afogamento, são freqüentemente associadas ao consumo de álcool.

Em algumas comunidades onde há uma grande produção de álcool ilicitamente, o envenenamento pode ser uma ocorrência comum. Os danos a longo prazo são resultados de consumo pesado (ou de alto risco) por um período maior de tempo. Danos a órgãos físicos (coração, fígado), perda de relacionamentos pessoais ou de emprego ou problemas financeiros podem surgir a partir do consumo exagerado e prejudicial de álcool.

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